Em tempo de eleição: QUEM?

>> sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eu não sei vocês, mas eu adoro o Cony. E ontem quando li essa matéria, primeiro achei graça, depois ....... puxa vida, porque no Brasil não é assim?

QUEM?
"RIO DE JANEIRO - Desconfio de que já contei esta história em crônica muito antiga, mas de forma incompleta. Agora, com a proximidade das eleições, acredito que ela deva ser relembrada.
O escritor Álvaro Lins foi editorialista do "Correio da Manhã", chefe da Casa Civil na Presidência de JK e embaixador em Portugal, onde, aliás, criou um caso internacional dando asilo a um adversário do regime salazarista. Muitos o consideram o crítico literário mais completo do Brasil. Sua entrada na Academia Brasileira de Letras foi uma noite memorável, pois chegou atrasado duas horas para a cerimônia.
Em Lisboa, ele decidiu visitar a Suíça, sendo ali recebido com todas as honras. Na manhã do seu primeiro dia em Genebra, depois de ler os jornais locais, deu um giro pela cidade em companhia de um funcionário do governo. Andou pelas ruas, de carro e a pé.
Em dado momento, comentou: "Li nos jornais que hoje é dia de eleições gerais. Mas não estou vendo nenhum movimento especial, nenhuma fila, nenhum posto eleitoral...".
O funcionário explicou: "Senhor embaixador, hoje, realmente, é dia de eleições gerais, e elas estão se processando normalmente". "Mas como? Não vejo nenhum movimento... nenhuma fila... parece um dia qualquer...".
"Não precisamos de filas. Cada quarteirão tem uma urna em local determinado. O eleitor chega e deposita sua cédula. À meia-noite, as urnas são recolhidas e, no dia seguinte, o resultado é proclamado."
Álvaro Lins ouviu, abaixou a cabeça, pensou um pouco e perguntou: "Mas digamos... um eleitor pode depositar na mesma urna ou em outras muitas cédulas de um só candidato, dez, vinte... cem... e aí como é que fica?"

Foi a vez de o funcionário suíço ficar espantado:
"Mas senhor embaixador, quem faria isso?".
 
publicado na Folha de São Paulo de 30/09/10 - caderno A2-Opinião - Carlos Heitor Cony
 
beijos

11 comentários:

Tati 1 de outubro de 2010 às 12:39  

Será Macá, que honestidade, ou a falta dela, é cultural? E como podemos mudar isso sem precisarmos mudar de país?
Beijos.

Unknown 1 de outubro de 2010 às 13:12  

Quem faria isso no Brasil Macá? Quem?

Nossa cultura é muito diferente...infelizmente...

Beijos,

Yo Neris 1 de outubro de 2010 às 14:05  

Macá,
Li essa semna uma matéria sobre a Suíça onde dizia o seguinte: "o governo suíço paga um valor de 10.500 francos mensais(algo em torno de 18.00 reais) para cada cidadão desempregado, mas para a maior parte da população, receber esse dinheiro é algo vergonhoso, eles não querem depender dos cofres públicos, portanto, é considerávelmente baixo o número de pessoas que recorrem a isso."
Então...concordo plenamente com a Cê e respondo, sem medo de errar, a Tati: honestidade é algo cultural, sim!
bjos

Yo Neris 1 de outubro de 2010 às 14:07  

Corrigindo um erro de digitação: o valor equivale na verdade a 18.000 reais.

Socorro Melo 1 de outubro de 2010 às 14:37  

Oi, Macá!

É uma realidade tão diferente da nossa, que custamos a acreditar que seja verdade, não é?

Mas, é impressionante.

Bjin
Socorro Melo

Tetê 1 de outubro de 2010 às 15:27  

Já pensou Macá? Aqui no Brasil isso nunca daria certo! As pessoas não são honestas nem consigo mesmo... Mas seria o ideal! Seria muito bom! Bjks Tetê

Isadora 1 de outubro de 2010 às 15:57  

Ai Macá, enquanto nós ficamos aqui preocupados com coisas que nem deveríamos nos preocupar, outros Países há muito tempo, acredita nas pessoas, na correção.
Um beijo

gamela presentes 1 de outubro de 2010 às 16:14  

Infelizmente é outra realidade, outro povo, outra cultura e com certeza outros políticos.
Adoro Carlos Heitor Cony.
Beijos e ótimo final de semana.
Fátima.

gamela presentes 1 de outubro de 2010 às 16:15  
Este comentário foi removido pelo autor.
Gina 1 de outubro de 2010 às 18:29  

Macá,
Esse é um dos exemplos. Estamos muito longe disso, infelizmente!
Bjs.

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