Blogagem Coletiva - Sentimentos - Auto Estima/Amor Próprio

>> sexta-feira, 20 de agosto de 2010

 Papai?
- Sim, filha.
- Quando eu crescer, quero ser aeromoça, ela diz sussurrando. Está sentada no banco entre os pais, na volta de uma viagem de férias à Disney.
- É? E por quê?
- Porque outro dia a mamãe falou que eu podia ser o que quisesse, desde que eu fosse feliz, ela responde com a doçura dos seus 6 anos.
-Isso mesmo, desde que você estude pra ser o que quiser e faça bem feito também. Mas por que aeromoça?
- Ora papai, você já viu como elas estão sempre sorrindo? Então, elas são felizes. O pai sorrindo concordou e acariciou a filha, que logo em seguida adormeceu.


Ela sorri ao se lembrar. Quanto tempo tinham se passado? 20 anos? Ela hoje já trabalha e nunca mais pensou em ser aeromoça. Hoje, 2 anos após terminar a faculdade, está prestes a ser promovida de analista para gerente de marketing de uma multinacional.

Enquanto toma seu café da manhã, pensa na apresentação que fará. É um grande dia!

Mas..... e se eles não aprovarem?

Quando entrou na empresa como estagiária, já pensava em galgar carreira. Gostou já de início, quando foi chamada para a entrevista. E quando recebeu a ligação que fora aprovada, vibrou muito. Era o que queria. Feliz, contou para os pais na hora do jantar. Ainda morava com eles e gostava disso. Ambos foram muito importantes na sua educação.
Sua mãe era muito pé no chão ao passo que o pai era um tanto quanto sonhador.
Mas essa mistura fez com que sempre tivesse sonhos, brigasse por conseguir, mas sem perder o parâmetro da realidade.
Depois de um ano que tinha sido efetiva, e já com muitos amigos lá dentro, achou que era hora de ter seu canto, se reunir com a turma até tarde, sem ter que incomodar em casa com barulhos, idas e vindas dos amigos. Comunicou aos pais, se abraçaram fortemente (os três já sabendo que a saudade seria muita), mas concordando com a nova fase da filha.


Junto com uma amiga que também já morava sozinha, procurou muito até achar um apartamento que fosse como queria; decorou a seu gosto e foi se acostumando com a nova rotina. Procurava sempre jantar em casa, já que o almoço era sempre em restaurantes e descobriu que gostava de cozinhar.
Certo dia, no trabalho, soube que o gerente da sua área seria transferido. Ligou para os pais se convidando e foi jantar com eles, querendo uma orientação do que poderia fazer para conseguir a vaga.
Como sempre, saiu de lá eufórica, sabendo que o que iria fazer logo de manhã, era o certo.

Chegou cedo, conversou com a amiga, contou seu plano e se dirigiu à sala do gerente geral. Pediu autorização para uma conversa rápida, e falou que ficara sabendo da transferência do colega, e, sem modéstia disse que gostaria de ter uma chance de concorrer à vaga. O gerente explicou que tudo bem, que até já esperava por isso, mas que tinha outros concorrentes.
Assim mesmo lhe passou um projeto a ser discutido no prazo de dois meses junto com os demais, e o funcionário que fizesse a melhor explanação e fosse condizente com as diretrizes da empresa, seria escolhido para assumir o cargo.



Começou a trabalhar, elaborar planos, as horas vagas sendo preenchidas com relatórios, os amigos reclamando sua ausência, os pais preocupados com a sua saúde, já que ela frequentemente esquecia até de comer, mas sabia que era isso que tinha que ser feito. O prazo era curto para a apresentação, mas por isso mesmo sabia que era um espaço pequeno perante a vida, e ela queria alcançar a vitória.



A leal amiga trabalhou junto, ajudou muito e às vezes questionava: Você acha que vai terminar no prazo? E se ganhar, acha que vai dar conta? Ela respondia que sim, e dizia que a própria amiga poderia estar concorrendo, já que ambas tinham a mesma função. Mas a outra não queria nem saber. Tinha medo até de cortar o cabelo e que o namorado não gostasse, imagine assumir tamanha responsabilidade? Cada vez que brigavam, mesmo que não tivesse culpa, lá ia ela, atrás, como que se a desculpar! Era medo de ficar sozinha?
Era o quê isso? Não sabia!
Mas, participar de uma apresentação pra subir de cargo? Não! aquilo não era pra ela. Era insegura, sabia disso, tanto que quando alguém comentava alguma coisa sobre ela, o mundo parecia que ia desabar tamanha era sua baixa estima. Demorava dias pra passar. Achava melhor torcer para a amiga.


Afinal, tinha chegado o dia. Tinha certeza que tinha feito um bom trabalho, mas é claro que estava ansiosa, com a perspectiva.
O celular tocou, e mesmo sem olhar, já sabia que eram seus pais para lhe desejar boa sorte.
Terminou o café, colocou o vestido e o blazer que tinha separado, o sapato alto que lhe deixava mais esguia, maquiou-se rapidamente como sempre fazia, escovou os cabelos, pegou a bolsa, não sem antes verificar se tudo o que iria precisar estava lá, e foi.

No caminho, fez uma retrospectiva dos 2 últimos meses.
Tivera muito trabalho, mas também aprendera muito. Não foi para a academia como gostava, mas emagreceu sem perceber. Não estivera muito com os amigos, mas com isso deu pra saber quais eram realmente os que se preocupavam com ela. Lembrou-se também do afeto e carinho dos pais. Sem dúvida, eles ajudaram muito em sua auto confiança, em seu amor próprio.


Parou o carro no estacionamento, e subiu ao seu andar. Cumprimentou a amiga que veio ao seu encontro, dirigiu-se ao banheiro, passou o batom cor de boca da Lancôme, sentiu-se poderosa, e, confiante, dirigiu-se à sala da diretoria para sua apresentação!



A amiga olhou e pensou: Queria tanto ter pelo menos um pouquinho dessa confiança que ela tem. Eu certamente seria mais feliz.
beijos

27 comentários:

chica 20 de agosto de 2010 às 09:28  

Sensacional,Macá! Linda tua articipação...Sonhos,conquistas, tudo sabendo que podia ir avante.Confiando...Lindo enquanto a outra...beijos,tudo de bom,chica

Leci Irene 20 de agosto de 2010 às 10:09  

Maneira bonita de colocar o assunto e, isso acontece realmente. Bons exemplos devem ser admirados e neles a gente pode pegar carona, aprender...
Beijos

Beth/Lilás 20 de agosto de 2010 às 10:17  

Bom dia, Macá!
Grande participação a sua, mostrou com uma estória leve e boa de ler a auto-confiança e amor próprio que todos devemos cultivar.
beijão carioca

Socorro Melo 20 de agosto de 2010 às 10:19  

Nossa, percebe-se nessa história, permeada de autoconfiança, o quanto é importante nos amarmos, acreditarmos em nós mesmos e ir à luta, sem nos deixar seduzir por todo e qualquer comentário negativo.
Parabéns, Macá!

Beijos
Socorro Melo

Deia 20 de agosto de 2010 às 11:39  

Oi Macá! Todos querem ser um pouco mais confiantes em alguma área da vida, não é? Você está uma contadora de contos muito boa! é o segundo que leio e saio encantada! Um beijo, Deia.

Lúcia Soares 20 de agosto de 2010 às 11:43  

Pois é, Macá. A autoconfiança é fundamental tanto na vida profissional quanto na pessoal. Mas nem todo mundo alcança cedo esse estágio de amadurecimento. O apoio de família, amigos, é muito importante. A moça foi com tudo, confiou em seu potencial, mas ainda assim se preparou firmemente.
Merece ocupar qualquer cargo.
Beijos!

pensandoemfamilia 20 de agosto de 2010 às 11:44  

Como sempre um belo texto ilustrado com estórias. Exemplos de as atitudes que nos demonstram auto-estima, autoconfiança e amor próprio e o seu inverso.
Pais que nos amam e nos transmitem confiança é a base para nosso sucesso pessoal.
bjs

orvalho do ceu 20 de agosto de 2010 às 12:33  

Olá,Macá
Ótimo dia para a gente refletir sobre nossa conduta pessoal.
A INTEGRAÇÃO do nosso ser é processo que vale a pena!
Harmonia e abraços fraternais
Histórias de resiliência pela auto estima adequada valem a pena de serem lidas...

Nilce 20 de agosto de 2010 às 12:42  

Muito bom, Macá.

Adorei o texto.
Exemplo de que devemos ter sim a auto confiança. É o que sempre buscamos.
Parabéns!

Bjs no coração!

Nilce

Glorinha L de Lion 20 de agosto de 2010 às 12:46  

Maca´, vc aí, escondidinha, sem dizer nada pra nós, está é fazendo um livro de contos! Confessa amiga! Vc conta as estórias de um modo bom, leve...se não está, deveria...tem futuro essa minha amiga...muito criativa sua maneira de falar da autoestima. Legal mesmo. Bjs querida!

Glorinha L de Lion 20 de agosto de 2010 às 12:46  
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Gina 20 de agosto de 2010 às 14:22  

Macá,
ADOREI, sinceramente! Li sorrindo... Você mostrou todos os lados da questão, do incentivo dos pais na formação da autoestima, da autoconfiança e da baixaestima da amiga... Muito bom!
Bjs.

Tati 20 de agosto de 2010 às 15:06  

Macá, que conto interessante. Quantas pessoas conhecemos com os dois perfis, né?
Eu vou à luta, quase sempre, não sem inseguranças. Eu também tenho medos...
Não sei nem como te agradecer a dica de ontem. Sei que é uma estrela bem alta, vi os ganhadores do ano passado e tem até Agnaldo Silva... Mas estou na disputa. E muitos amigos tem se manifestado, o que já me faz sentir vencedora! Se eu conseguir ficar entre os 10, ótimo. Senão, tento ano que vem de novo.
A ideia de ser escritora não é nova, foi por isso que criei o blog. Estou apenas tonificando os músculos sonhadores e fortalecendo as ideias! hehehe
Beijos.

Misturação - Ana Karla 20 de agosto de 2010 às 15:14  

Macá, que delícia de história!
Nem sempre o que vemos é tão fácil quanto parece.

Bom final de semana.
Xeros

MERU SAMI 20 de agosto de 2010 às 15:28  

OI , Macá,
Menina , que suspense! Eu quase fiz o que às vezes faço com os livros. Ler o último capítulo, para poder ficar em paz e absorver o conteúdo da leitura.
Mas ficou ótimo o desfecho. Gostei muito. Há um algo de misterioso que ainda não defini, na sua maneira de se comunicar, mas eu li poucos posts seus. Chegarei lá.
Parabens, pela diferênça!

Beijos.

Bordados e Retalhos 20 de agosto de 2010 às 16:04  

Macá a história ilustra muito bem o sentimento proposto pra hoje. Adorei, acho que todas nós queríamos ser assim como a protagonista do texto. Mas temos todas um pouco dela e temos todas me deos e incertezas também. A verdade é que somos guerreiras e vamos enfrentando tudo e nos afirmando e reafirmando na vida. Bjs

Isadora 20 de agosto de 2010 às 16:07  

Macá, os contos que você tem dividido conosco nessa blogagem estào maravilhosos. Que boa contadora de história você é!
E assim como no conto, muitas pessoas encontraremos pessoas cuja autoestima é alta e sempre se manterá alta, ainda que em alguns momentos possa sofrer um ou otro arranhão. É da vida.
Um beijo

Aeromoça gentil 20 de agosto de 2010 às 16:14  

Adoramos texto, especialmente porque coloca os desafios da aeromoça quando assume a carreira diante dos pais e tudo mais...

parabéns!!

Portal Meio Aéreo - O site das aeromoças

Unknown 20 de agosto de 2010 às 16:16  

óptimo texto.

Beijo e bom fim de semana

Astrid Annabelle 20 de agosto de 2010 às 17:21  

Adorei mais uma vez um conto seu Macá!
Vou fazer eco com os demais comentários...lindo post! Uma maneira gostosa de falar sobre um tema delicado!
Saio daqui feliz.
Um beijo grande
Astrid Annabelle

Anônimo 20 de agosto de 2010 às 19:24  

Ô Macá!
Que conto maravilhoso! Sabe de uma coisa? Você É uma escritora! Há tempos venho percebendo isso. Você é uma contista pronta. É só sentar e escrever. Sua fluência verbal é incrível. Quero ter o prazer de ler um livro seu. Anda menina!!!
Bjssssssss

Anônimo 20 de agosto de 2010 às 23:01  

Macá o seu texto tem gostinho de quero mais ...

beijinhos

Liza Souza 21 de agosto de 2010 às 06:14  

Macá, tbm adorei o texto e concordo: menina, vc pode escrever um livro de contos.
Beijos

Cynthia Totus Tuus Mariae 21 de agosto de 2010 às 21:14  

Nossa!!!Nossa....Estou sem palavras...Por vezes me vi no lugar de uma, por vezes me vi no lugar de outra.
Obrigado
bjo
cyn

Unknown 22 de agosto de 2010 às 05:35  

Querida Macá,

Por falecimento do meu cunhado na sexta-feira, de manhã, não tive sossego suficiente para acompanhar esta blogagem coletiva. Por isso esta visita só se dar hoje, domingo.

Gostei muito do seu post. Você escreve muito bem. Tem qualidade e a história é bonita e bem contada.

Muito agradecido pelo comentário que está no meu blogue.

Abraços

António

Unknown 22 de agosto de 2010 às 17:21  

Oi Macá!

Estive em viagem no fim de semana e só agora pude ler a maravilha que você escreveu!

Que delíia a leitura, quando terminou eu queria mais, viu?

Beijos

Lia
Blog Reticências...

Anônimo 9 de abril de 2011 às 21:03  

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