Minha idéia é meu pincel - The Roses Garden - Paul Klee
>> quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Assim que soube que estava grávida novamente, sua mãe contou à melhor amiga dizendo: Tomara que seja outra menina, assim serão companheiras uma da outra e logo que a barriga começou a aparecer, ganhou um lindo vestidinho rosa de presente.
Seu quarto, assim como ela, era todo delicado. Colcha florida combinando com as almofadas e cortina rosa. Se interessou por música ainda pequena e, no aniversário de 6 anos, quando ganhou um estojo com 36 lápis de cor, começou a colocar cores em seus rabiscos.
Moravam numa casa com um bonito jardim na frente e era ali que gostava de brincar e apanhar as rosas para enfeitar a casa.
Era uma garota tranquila, calma, amorosa, que sempre via o lado bom das coisas e olhava a Vida com seus óculos de lentes cor de rosa.
Depois de alguns namorinhos rápidos conheceu o que achou ser o amor de sua vida. Paixão, mãos dadas, passeios, conversas, o primeiro beijo, firmaram o namoro e quatro anos depois com a faculdade de ambos chegando ao fim, começaram a fazer planos para o casamento. Um dia ele chega todo diferente, pedindo para conversarem, e lhe conta que queria terminar o namoro. Ela não acredita, quer logo saber o porque, ele explica que está muito inseguro e que também recebeu uma oferta de emprego na empresa do tio...... nos EUA, e que quer ir sim, mas ....... sozinho.
Tudo termina em poucos minutos. O tempo que passaram juntos, os planos, os filhos que iriam ter, a casa que iriam morar, os amigos reunidos no casamento; nada, não teria mais nada disso.
Ela se desespera, chora muito, em prantos conta aos pais, foge para o quarto, não quer mais sair de lá, não quer comer, e os dias passam até que um dia a irmã depois de muitas tentativas, consegue fazê-la ouvir que é muito jovem para se destratar assim e que esse sofrimento não vai trazê-lo de volta. Ela começa a reagir, já desce pra tomar o café, e depois de um tempo seu rosto volta a ganhar cor.
Resolve então fazer uma viagem para a Alemanha, terra de seus avós. Faz o chek-in no hotel em Konstanz, pequena cidade ao sul, e no outro dia, com o mapa na mão, vai até a universidade (Universität Konstanz) onde fica sabendo a respeito de um museu inaugurado no ano anterior (2005) na cidade de Berna, Suiça.
Inclui a visita no seu roteiro e na semana seguinte segue para lá. Ao se aproximar, fica encantada com a beleza do lugar. Fica parada um tempo observando e quando começa a andar nem observa uma pessoa atravessando à sua frente. Se encontram, e na batida sua agenda (cor de rosa) cai e quando abaixa para pegar, ele também se abaixa, ela pede desculpas, ele não entendendo o que ela diz, sorri, ela se afasta e segue.
Entra no museu, começa a observar, a procurar, pede orientação, segue e começa a ver o que foi buscar.
Desde o primeiro trabalho que fizera na faculdade, se apaixonara pela sua arte. Estudara diversas tendências artísticas como expressionismo, cubismo, o surrealismo e ele se encontrava em todas. Paul Klee, seu pintor favorito. Ela anda como se estivesse sonhando, observando e de repente, pára: Alguma coisa a mais lhe chama a atenção. Não é só a tela cor de rosa, a sua cor.
Mais alguma coisa está ali ao lado, compondo um quadro maior. Ao lado do Jardim das Rosas está ele, o rapaz em quem esbarrou na entrada, sorrindo e vindo em sua direção. Ele começa a falar numa mistura de português com alemão, ela começa a rir, se apresentam, conversam, ela descobre que moram na mesma cidade, que gosta de arte tanto quanto ela, marcam pra se encontrar no mesmo dia, e enquanto passa o brilho rosa nos lábios, mentalmente agradece a irmã e se lembra da frase dita pelo autor: "A arte não reproduz o que vemos. Ela faz-nos ver."
E ela sorrindo concorda, está vendo novamente um mundo rosa maravilhoso à sua frente.
Esse texto faz parte da Blogagem Coletiva "Minha Idéia é meu Pincel" proposta pela Glorinha do Café com Bolo - iniciada em 28/10.
beijos
Seu quarto, assim como ela, era todo delicado. Colcha florida combinando com as almofadas e cortina rosa. Se interessou por música ainda pequena e, no aniversário de 6 anos, quando ganhou um estojo com 36 lápis de cor, começou a colocar cores em seus rabiscos.
Moravam numa casa com um bonito jardim na frente e era ali que gostava de brincar e apanhar as rosas para enfeitar a casa.
Era uma garota tranquila, calma, amorosa, que sempre via o lado bom das coisas e olhava a Vida com seus óculos de lentes cor de rosa.
Depois de alguns namorinhos rápidos conheceu o que achou ser o amor de sua vida. Paixão, mãos dadas, passeios, conversas, o primeiro beijo, firmaram o namoro e quatro anos depois com a faculdade de ambos chegando ao fim, começaram a fazer planos para o casamento. Um dia ele chega todo diferente, pedindo para conversarem, e lhe conta que queria terminar o namoro. Ela não acredita, quer logo saber o porque, ele explica que está muito inseguro e que também recebeu uma oferta de emprego na empresa do tio...... nos EUA, e que quer ir sim, mas ....... sozinho.
Tudo termina em poucos minutos. O tempo que passaram juntos, os planos, os filhos que iriam ter, a casa que iriam morar, os amigos reunidos no casamento; nada, não teria mais nada disso.
Ela se desespera, chora muito, em prantos conta aos pais, foge para o quarto, não quer mais sair de lá, não quer comer, e os dias passam até que um dia a irmã depois de muitas tentativas, consegue fazê-la ouvir que é muito jovem para se destratar assim e que esse sofrimento não vai trazê-lo de volta. Ela começa a reagir, já desce pra tomar o café, e depois de um tempo seu rosto volta a ganhar cor.
Resolve então fazer uma viagem para a Alemanha, terra de seus avós. Faz o chek-in no hotel em Konstanz, pequena cidade ao sul, e no outro dia, com o mapa na mão, vai até a universidade (Universität Konstanz) onde fica sabendo a respeito de um museu inaugurado no ano anterior (2005) na cidade de Berna, Suiça.
Inclui a visita no seu roteiro e na semana seguinte segue para lá. Ao se aproximar, fica encantada com a beleza do lugar. Fica parada um tempo observando e quando começa a andar nem observa uma pessoa atravessando à sua frente. Se encontram, e na batida sua agenda (cor de rosa) cai e quando abaixa para pegar, ele também se abaixa, ela pede desculpas, ele não entendendo o que ela diz, sorri, ela se afasta e segue.
Entra no museu, começa a observar, a procurar, pede orientação, segue e começa a ver o que foi buscar.
Desde o primeiro trabalho que fizera na faculdade, se apaixonara pela sua arte. Estudara diversas tendências artísticas como expressionismo, cubismo, o surrealismo e ele se encontrava em todas. Paul Klee, seu pintor favorito. Ela anda como se estivesse sonhando, observando e de repente, pára: Alguma coisa a mais lhe chama a atenção. Não é só a tela cor de rosa, a sua cor.
Mais alguma coisa está ali ao lado, compondo um quadro maior. Ao lado do Jardim das Rosas está ele, o rapaz em quem esbarrou na entrada, sorrindo e vindo em sua direção. Ele começa a falar numa mistura de português com alemão, ela começa a rir, se apresentam, conversam, ela descobre que moram na mesma cidade, que gosta de arte tanto quanto ela, marcam pra se encontrar no mesmo dia, e enquanto passa o brilho rosa nos lábios, mentalmente agradece a irmã e se lembra da frase dita pelo autor: "A arte não reproduz o que vemos. Ela faz-nos ver."
E ela sorrindo concorda, está vendo novamente um mundo rosa maravilhoso à sua frente.
Esse texto faz parte da Blogagem Coletiva "Minha Idéia é meu Pincel" proposta pela Glorinha do Café com Bolo - iniciada em 28/10.
beijos
20 comentários:
Olá, amiga
Que essa aura de rosa no dia de hoje se espalhe unindo-nos uns aos outros...
Chego da roça e por lá foi tudo rosado...
Bjm sereno do interior.
Que estória linda Macá! Foi verdade? Aconteceu com vc, pelo menos em parte? Eu adorei a frase do Paul Klee...vou copiar...Muito bom seu post, lindo! beijos,
Eu também gostei dessa estória em tons de rosa e será verdade o que Glorinha pergunta? Foi contigo, amiga?
beijos cariocas
Oi, Macá:
Adorei a sua criatividade. O maravilhoso é a visão que nasce do coração de quem sente. Na estória a tela dos sentimentos da jovem que a faz "ver" novamente o cor de rosa da vida!! Muito lindo! Parabéns!! Um bom dia, beijos :)
Macá
E, assim, ela voltou a ser feliz!
Lindo conto, que mias parece uma autobiografia de tão bem contada.
O que um quadra faz! O que a arte faz!
Parabéns pelo post, está excelente.
Beijos
António
Oi querida,
Nilce me mandou um selinho enviado pelo seu blog, então fui lá, entrei, gostei e fiquei.
Beijos
Iram
Que delícia de conto criaste por aqui em função da ela!Lindo!beijos,tudo de bom,chica
bom dia
Aiai, que gostoso que é chegar aqui e encontrar esses comentários tão gostosos de ler! O que essa globosfera faz com a gente é muito bom heim? E o que a Glorinha nos proporciona também!
Com essas blogagens eu descobri uma coisa. Adoro escrever esses contos. E como sempre, realidade e ficção se mesclam. O que é um e o que é outro?
Só sei que as lembranças se afloram, o ouvido fica mais atento, um perfume resgata um momento, e assim as palavras se agrupam formando uma idéia.
Acho que é o que acontece com todos vocês também.
Tenham todos um bom dia. E eu vou descobrir o dia rosa de hoje.
beijos
Tudo rosa Macá.
Lindo por demais o conto. É mesmo muito real. Adorei.
Bjs no coração!
Nilce
Maca,
lindo dia rosa para você!
bjs
Jussara
Oi, Macá!
Um belo conto. Uma linda experiência de vida e de crescimento.
A frase "A arte faz-nos ver.." é muito bonita, e bem apropriada para esse nosso momento de blogagem coletiva, Minha idéia é meu pincel.
Paz e Luz!
Socorro Melo
Macá, você está nos saindo uma contista de mão cheia. Uma linda história de recomeço, de novas possibilidades e emoldurada por essa linda tela.
Um beijo
Macá, uma historia real, em todos os seus tons e em todos os tons do quadro!
Namasté
Macá,
Adoro seus contos, leves e com cara de "pode acontecer com qualquer um".
Final feliz para a mocinha.
Beijos
Macá, somos três curiosas!! E você enrolou, enrolou e não respondeu! (Danada!!)
Li na revista Swiss.info a melhor matéria sobre Paul Klee e foi na época deste centro dedicado à ele em Berna. O lugar é super movimentado e cheio de eventos o ano todo. Por ser professor de arte, acho que esse foi o melhor meio de perpetuar a sua vida na terra - dando seu nome a este lugar que reúne tanta cultura.
Os amores não acabam, eles se somam! Melhor assim, pois o último será sempre o mais forte e por que não dizer, a soma de todos os outros?
Boa blogagem! Beijus,
Adorei seu post, adoro seus contos que delicia de ler, concordo com o Alê cadê seu livro no mercado ?..
Bjs
Como de hábito, nos brinda com seus românticos contos. Fica para mim de vc "A arte não reproduz o que vemos. Ela faz-nos ver." Será que a vemos neste seu conto???rs,rs,
Bjs
Macá, que linda estória. Ou seria história?? Adorei. Parabéns pela participação.
Que maravilha, Macá!
Lindo conto!
Belo e sensível!
Parabéns pela criatividade!
Abraços
Lia
Blog Reticências...
molto intiresno, grazie
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