Blogagem Coletiva - Sentimentos - Felicidade

>> sexta-feira, 3 de setembro de 2010

De sua mesa de trabalho, ela observa o céu pela imensa janela. Distraiu-se pensando na sua vida, no seu casamento. A cada dia que passa percebe que as coisas não estão bem, mas não sabe direito o que fazer.
Poderia enfrentar a situação, mas já conversou com o marido tantas vezes e então percebe que não está mais com vontade, que vai deixar acontecer. Não gosta da situação, mas......nesse momento uma de suas amigas de trabalho está ao lado da mesa falando com ela, dizendo que precisa contar algo rápido, mas não ali e ela então se dá conta de que alguma coisa mudou radicalmente na expressão da amiga, mas o que é aquele sorriso?
Ainda um pouco desconectada da realidade acompanha a amiga para o elevador e sobem para o café. E então a amiga lhe conta: está grávida, tinha ido buscar o exame e precisava e queria contar pra alguém.

Elas se abraçam e então ela tem a certeza. Aquela expressão era a felicidade estampada no rosto, nos olhos, no sorriso largo.

À noite deitada em sua cama, se lembra da felicidade da amiga e começa pensar se ela estaria assim também caso a gravidez fosse dela.

Não pensava nisso. Não se via mãe. E isso tinha começado já adulta quando teve que fazer vários exames para ver o porquê de a sua menstruação ser totalmente irregular. E o resultado: Uma gravidez seria muito difícil; pra isso acontecer teria que fazer tratamento.

Mas ela não pensava nisso ainda. Tinha começado a namorar sério fazia um ano e pouco e casamento não passava ainda pela sua cabeça.
Mas agora já estava casada há uns 3 anos, não tomava precaução nenhuma, afinal deduzia que seu corpo já era contracpetivo naturalmente. Um dia o marido sugeriu que talvez já estivesse na hora de pensarem num filho e ela então marcou consulta com o ginecologista. Mas não tinha começado o tratamento. Não sabia dizer o porque, mas sentia que talvez fosse melhor assim.

O tempo passou, a amiga teve o filho, um menino lindo e depois da licença maternidade quando voltou a trabalhar, o assunto era sempre o filho, fotos, as gracinhas, mais fotos. Felicidade total.


Ela se sentia meio a parte disso tudo, não entendia direito como um ser tão pequeno podia ter mudado tanto assim a vida da amiga.

Mais um ano se passou, aquilo que era um prenúncio se tornou real quando ela e o marido resolveram se separar. Foi uma fase de muito sofrimento, afinal era uma ruptura, um desligamento, um término para uma coisa que prometia ser duradoura. Sofreram juntos, choraram juntos mas, acabou.

A vida tomou seu rumo cada um de um lado, a casa ficou silenciosa, mas com o passar dos tempo ela foi vendo que ficaria bem. Foi melhor assim.

Dois anos depois ela se pega pensando, cantando, se arrumando mais, se amando mais, se vendo mais alegre, mais feliz e é claro que isso tinha um nome: Paixão.

Uma paixão arrebatadora como ela nunca tinha sentido. Um coração a pulsar mais forte a cada olhar, a cada telefonema.

E depois dos primeiros encontros percebeu que aquela paixão poderia acabar mas que em seu lugar ficaria um grande amor. Amor que ela nem pensava existir.

Ela transpirava felicidade. Não conseguia disfarçar.

Então ficaram juntos. No início não na mesma casa. Mas dormiam juntos todas as noites em qualquer que fosse a casa. Trabalhavam juntos e dormiam juntos.

No início pensou em se precaver contra uma gravidez e começou a tomar pílulas, mas não se sentia bem tomando – no fundo achava que não devia, já que não ficaria grávida mesmo – e então parou. Depois pediu ao ginecologista colocar o DIU, mas logo depois resolveu tirar e resolveu também que não ia tomar nem usar nada. Esse mesmo ginecologista já tinha dito que a chance dela era 1 em 1.000 (ou um milhão, não se lembra) então, pra que se preocupar?

O atual marido nem pensava nisso porque tinha um filho pequeno do casamento anterior, então já estava bom demais.

Um ano e meio se passou nesse mar de felicidade. Gostavam de estar juntos, ele gostou de aprender a cozinhar e vivia inventando pratos, jantares surpresas.

Uma noite uma outra amiga do trabalhou disse que queria ir ao shopping comprar um presente, e a convidou. Foram e ela resolveu comprar umas peças de lingerie. Começou a experimentar e estranhou que o número usual estivesse ficando apertado.

Estou engordando, pensou e até chamou a amiga pra ver. A amiga falou, toda meiguinha que sim, olhando assim parecia mesmo que o peito estava maior, mas que o corpo não. Ela continuava magra.
No outro dia, logo de manhã ligou para o médico pedindo uma consulta de urgência, explicou o que era, e ele como já a conhecia há um bom tempo disse:
- Não se preocupe, não é nada grave. Isso deve ser displasia mamária......., em todo caso pode passar aqui à tarde.
As 18 hs em ponto estava ela no consultório, ansiosa para saber do que se tratava. O médico então começou a examiná-la enquanto ela olhava pra ele toda assustada, até que ele virou pra ela sorrindo e disse: Hum.... acho que tem alguma coisa aqui.
Ela nem viu o sorriso dele, e ainda mais assustada perguntou: Como assim, alguma coisa?
O que é que eu tenho?
- Tudo bem, embora eu tenha quase certeza, você vai fazer um exame amanhã de manhã pra saber se é mesmo uma gravidez.
Gravidez? Como assim? Eu, grávida?
Foi pra casa atordoada com a notícia. Queria contar logo para o marido. Como ele reagiria? Iria gostar da notícia? Isso caso a notícia fosse real. Ela não acreditava.
Só conseguiu acreditar mesmo quando recebeu o resultado.
Não sabia o que fazer, se ria ou se chorava. Nunca tinha pensado nessa possibilidade.
Não tinha certeza de como reagir. E ela já estava com quase 10 semanas de gestação. 
Mas foi percebendo que alguma coisa dentro de si mudava rapidamente, uma sensação maravilhosa, de plenitude, um sentimento forte que a fazia pensar só numa coisa - Um filho - e esse sentimento só podia ser Felicidade.
Não sabia o que era sentir isso antes, mas a partir daquele momento soube que só uma pessoa que vai ser Mãe, sente a vida dessa maneira.
Seus amigos, seus irmãos, sua mãe, seus sobrinhos, todos eles estranharam um pouco pois sabiam de seu problema, mas todos foram tão carinhosos, fizeram tantos elogios que ela se sentia no céu.
Pediu férias do trabalho e viajou com o marido. Queria fazer planos, escolher o nome.
E juntos escolheram: IVAN.
A cada dia que passava seu semblante demonstrava sua felicidade.
Teve uma gestação tranquila, sem problemas e com um peito vazando leite desde que estava com 5 meses.
No dia 24/04/90, logo de manhã, foi para o hospital porque já estava chegando a hora.


O Ivan nasceu às 12h05 de cesária e a emoção dela foi tanta, como tinha que ser.

Achava que seu maior momento de felicidade tinha sido quando se descobriu amando e sendo correspondida com o atual marido. Não podia supor que existia no mundo um sentimento de felicidade como esse que atravessava.

Logo depois do nascimento começou a amamentar, e o fez até ele completar 10 meses.
Deixaram a maternidade no dia 27/04 e seguiram para casa, para dar início numa nova etapa da sua vida.


Tinha certeza de que seriam felizes, os três, mais o filhinho Felipe do casamento anterior de seu marido.
E essa certeza se fez realidade.
Há uns dez anos, os quatro vivem juntos em plena harmonia, os meninos se dão maravilhosamente bem, são irmãos de verdade, se curtem, se apoiam, se ajudam.
E não é pra ser feliz com tudo isso?



Ah! ela só teve que se policiar para não ficar como todas as mães: fotos, gracinhas, mais fotos, beijinhos, novas fotos.
Algumas vezes....... até que conseguiu.

beijos

Essa postagem faz parte da Blogagem Coletiva - Sentimentos e Emoções, proposta pela Glorinha do blog Café com Bolo. Hoje falamos sobre Felicidade.





28 comentários:

Glorinha L de Lion 3 de setembro de 2010 às 00:25  

Macá, estou aqui chorando...comecei lendo pensando que era um dos seus encantadores contos a aí, sua danada, vc nos pregou uma peça! Era vc e sua estória e estória da SUA FELICIDADE! Assim mesmo com maiúsculas! Estou emocionada, sério mesmo...que linda sua participação hj minha amiga, me pegou pelo pé...hehe beijo enorme!

Maria Santos 3 de setembro de 2010 às 00:55  

Linda história, e é sua, amei!! Me emocionei, parábens familia linda..bjs...

Unknown 3 de setembro de 2010 às 03:46  

Macá, fiquei surpreendido, pois estou habituado aos seus contos e hoje encontrei uma narrativa da sua própria vida.

Parabéns, magnífico post.


Abraço

António

Reg 3 de setembro de 2010 às 05:37  

Ma, vc eh de amargar ne!! eu encantada com a estoria e de repente eh a sua!!!!!!!!!! quase chorei... pena que eu nunca vou entender essa felicidade que eha de ser mae. Vc esta me surpreendendo a cada dia com seus contos. Beijos mil

chica 3 de setembro de 2010 às 08:48  

Que delícia de história essa.

Simplesmente maravilhosa!
Adorei!

E eles são motivos de muita felicidade mesmo!

beijos,chica

Isadora 3 de setembro de 2010 às 09:10  

Nossa Macá que história linda, ou melhor como a sua história é linda e repleta sim, de felicidades.
E imaginar que um dia você acreditou que não viveria isso.
Essa nossa vida é surpreendente.
Parabéns a vocês quatro.
Um beijo

orvalho do ceu 3 de setembro de 2010 às 09:59  

Olá, pessoa feliz!!!
Quanta FELICIDADE!!!
Observar o céu... ESTAR GRÁVIDA... sorriso largo... olhos e rosto felizes... coração a pulsar mais forte... AMAR E SER CORRESPONDIDO (A)... babar retratinhos...
Hum!!!
Que delícia de vida!!!
Bjs felizes.

Deia 3 de setembro de 2010 às 10:40  

Macá! Emocionante a sua história! Comecei a ler já pensando, mais um conto bem elaborado da Macá, essa menina está se aprimorando nisso! Quando vi o nome Ivan, fiquei arrepiada, pois é o nome de meu Padrinho. E, a dúvida transformou-se em certeza: é a SUA história! Parabéns pelo que construiu, é o resumo fiel da felicidade em uma garrafinha - e você tomou todas as gotinhas, não desperdiçou nada nem deixou para depois! Um beijo muito carinhoso, Deia
PS: MUITO obrigada pela indicação da música, já incluí no blog para acompanhar o post!

Leci Irene 3 de setembro de 2010 às 10:59  

Menina,estpu emocionada! parabéns! beijos e abraços com muito carinho, pela felicidade cosquistada!

Liza Souza 3 de setembro de 2010 às 11:52  

Macá, vc enganou a gente direitinho. rs Achei que se tratava de um conto, mas me encantei com a surpresa e a oportunidade de conhecer um pouquinho mais de voce. Realmente a chegada de um filho traz uma felicidade sem igual pra vida da gente. A maternidade é um milagre, na minha opiniao uma linda prova da existencia de um Deus que nos ama acima de tudo.
Beijos e toda a felicidade do mundo para essa familia linda!

Nilce 3 de setembro de 2010 às 12:56  

Macá, que lindo!

Um conto de sua vida. Que maravilha!
Emocionante demais, chorei.
Estou sem palavras no momento, mas muito feliz com você.
Parabéns pela família linda!

Bjs no coração!

Nilce

Tati 3 de setembro de 2010 às 13:38  

Macá querida, olha, eu fiquei na dúvida se contava... mas já que a fama já chegou... CHOREI!!! kkk Que dom que você tem de me emocionar!!!
Sabe o que lembrei? Uma vez, faz muito tempo, você deixou um comentário no meu blog dizendo que sentiu vontade de postar assim, contar sua história, colocar fotos de família, e não tinha conseguido, lembra? VOCÊ CONSEGUIUUUUUUUUU! Estou feliz por isso!
E pela sua história, que é linda. Uma criança sabe quando deve chegar. O Ivan escolheu um lar de amor, por isso foi tão bem recebido. Felicidades aos 4!
Beijos

Bordados e Retalhos 3 de setembro de 2010 às 13:38  

Adorei!!! Pensei que era ficção. Que realidade mais feliz! Olha sabe o que eu descobri, mãe é mãe em qualquer lugar. Emocionante. Bjs

Lúcia Soares 3 de setembro de 2010 às 14:24  

Macá, uma história emocionante a sua. Uma felicidade que consome mesmo, mas de uma maneira boa, generosa.
Uma história de amor, de paixão, de perplexidade diante do inesperado, de felicidae plena.
Deus a abençoe e a sua família, sempre.
Os meninos são lindos, heim? Parabéns!
Beijo!

Beth/Lilás 3 de setembro de 2010 às 15:12  

Ai, Macá, que história linda a sua, menina!
Mais linda ainda é você, não só fisicamente como com esta vontade de viver, de fazer sua vida feliz.
Quem se abre para um novo amor só pode ser alguém que busca intensamente a felicidade.
Parabéns!
Vida longa a todos vocês!
beijinhos cariocas

Eliane 3 de setembro de 2010 às 17:30  

Linda sua historia Maca,Felicidade sem tamanho e sem explicação essa de mãe com filho!!!! Parabens pela Familia linda que vc formou!!!!

Socorro Melo 3 de setembro de 2010 às 18:35  

Oi, Macá!

Imaginei, desde o princípio, que tratava-se de uma história real, e a medida que a mesma ia se delineando pensei que fosse sua própria história, e não me enganei. Quero dizer-lhe que é uma história muito emocionante, e que entendo o que é a felicidade de ser mãe.

Que sejas muito feliz, junto a sua maravilhoisa família.

Socorro Melo

Regina Coeli 3 de setembro de 2010 às 20:38  

Minha Amiga Querida,

Sua HISTÓRIA DE FELICIDADE é realmente muito preciosa!!!
Estou com um nó na garganta e muito feliz, pois você conseguiu fazer uma belíssima homenagem declarando seu amor ao MARIDÃO e ao FILHOTE IVAN, tão lindo!
Que Deus abençoe vocês a cada para possam contiuar experimentando a riqueza e a alegria de se ter uma FAMÍLIA.
Com imensa ternura,
Regina Coeli

Gina 3 de setembro de 2010 às 22:11  

Macá, acho que surpreendeu todo mundo.
Esse momento de ser mãe e tudo a partir daí vai ganhando outra dimensão.
Muito gracinha seu post!
Bom final de semana.

3 de setembro de 2010 às 23:04  

Senti sua emoção. Eternizar esses momentos é algo mágico, é como reviver. Tenho certeza que assim você fez enquanto escrevia, revivendo cada momento e sendo novamente feliz. Bjosss

Unknown 4 de setembro de 2010 às 06:58  

A felicidade mora aí.

Beijinhos.

Cris França 4 de setembro de 2010 às 10:46  

Foi o post mais lindo sobre felicidade que eu li...chorei, me tocou profundamente, acho lindo quando a gente encontra alguém que coloca o coração naquilo que faz e vc realmente o fez. bjs Macá

Unknown 4 de setembro de 2010 às 16:02  

Puxa, eu pensei que era apenas um conto...adorei...lindo. Você guarda até o teste de gravidez...
Nossa, eu chorei de alegria. Isso sim é felicidade...

Parabéns,

Anônimo 4 de setembro de 2010 às 16:18  

Oi Magá,
Linda história de vida, de construção de uma familia e da esperança de recomeçar. Isso é felicidade sim e é um exemplo para quem precisa.
Beijos e muitos anos mais de muita felicidade,
Cam

Anônimo 4 de setembro de 2010 às 16:19  

Desculpe, escrevi seu nome incorretamente, MACÁ.
Beijos!

Luma Rosa 4 de setembro de 2010 às 21:17  

Macá, não sei se acredita em Deus e seus designios, mas creio e digo que em nossa história nada é por acaso! Seu filho Ivan, não poderia ter outro pai, tinha que ser este! ;) Bom fim de semana!

maricy 7 de setembro de 2010 às 22:14  

Macá, ao ler essa estoria pude voltar no tempo e me lembrar que estava com voce naquele dia no shopping.
Me emocionei pois fico feliz de saber que pude fazer parte dessa estoria linda...
Beijo enorme!!!
Maricy

Márika Ma 8 de setembro de 2010 às 13:35  

Macá, que delícia !!! revivi "bons" tempos, lendo s/estória. Bateu uma saudade, uma felicidade, imensa. Todos nós curtimos IVAN, transformando e felicitando vc, vcs.
bjs

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