Coração apertado

>> quinta-feira, 19 de maio de 2011

O que sente uma mãe, cujo filho estuda na USP ao ler essa notícia?

Aluno de 24 anos é assinado na USP

Desde o começo do ano, uma onda de assaltos-relâmpagos começaram a acontecer lá no campus universitário, e como meu filho estuda lá à noite, é claro que comecei a ficar muito nervosa, então geralmente meu filho me liga dizendo que está saindo (quando não esquece, claro!) e eu já sei em quanto tempo mais ou menos ele vai chegar em casa.
Coisas de cidade grande (e violenta).
Ontem ele me ligou mais cedo perguntando se estávamos em casa e pedindo para esperarmos por ele. Estranhei o tom da voz e perguntei o que tinha acontecido, ele me falou que não era nada com ele mas que queria conversar.
Imaginam as elocubrações que começaram a ser feitas? Teria sido assaltado? Brigado com amigos (mesmo sabendo que ele não é de briga), teria sido despedido do emprego (mas porque esperaria até à noite para contar?), e assim foi até ele chegar.
E é claro que eles não chegam e contam assim diretamente, tem toda uma história antes:
Tinha tido a primeira aula, o professor dispensou todos da segunda. Saiu, encontrou a namorada que faz ciências atuárias, disse que estava vindo embora e ela disse que iria ficar porque ainda tinha a segunda aula.  Conversaram um minuto, ela resolveu ir embora também, ele a levou até o estacionamento, entraram no carro e logo em seguida passou o carro da vigilância da faculdade com as sirenes ligadas. Meu filho já saiu do carro pra saber o que estava acontecendo, o motorista do carro da frente veio conversar com ele e perguntou se ele também tinha ouvido o tiro.
- Não, ele respondeu.
- Foi agora, eu estou aqui esperando a minha filha e ouvi um barulho estranho ..... e lá foram ver o que estava acontecendo.
Bom, o final da história é que um aluno (ele fazia algumas aulas na classe na namorada do meu filho) de 24 anos foi assassinado no estacionamento da faculdade.
Gente, só de pensar nos pais desse garoto eu já fico com dor no peito e imagino o sofrimento deles.
Hoje um diretor admite que a USP sofre um "problema concreto de segurança".
Quer dizer, começaram os assaltos, assaltos relâmpagos e precisou acontecer um assassinato para se perceber isso?
Os alunos estão fazendo protestos que deve durar o dia todo até a noite.

Vamos ver se realmente vai mudar alguma coisa.
Enquanto isso, o coração de mãe fica.......... muito apertado.

beijos

(fotos: google)

13 comentários:

gamela presentes 19 de maio de 2011 às 11:18  

Ah, que coisa triste, somente ser mãe nestas horas p/ ter ideia o tamanho da dor que esta pobre mãe está sentindo.
Não estamos seguros em parte alguma, infelizmente.

Fátima.

Iram Matias 19 de maio de 2011 às 12:43  

Ai amiga,
Que tristeza. Muitas vezes me pego pensando na tensão das mães que tem os filhos estudando, trabalhando ou até mesmo nas "baladas" das grandes cidades. Me pego pensando como seria difícil pra mim se ai estivesse com esse meu rebanho de meninas. Cada uma numa idade diferente, frequentando lugares diferentes... Meu Deus, seria um inferno. Dou graças a Deus por estar morando num lugar tranquilo, onde as coisas acontecem, porém, raramente.

Fiquem com Deus, querida.

Tati 19 de maio de 2011 às 13:12  

Macá, nem sei o que te dizer. Me solidarizo com você, como amiga e como mãe. Imagino como deve estar.
O que se diz numa hora dessas, não é? Gostaria de dizer que tudo vai passar, que vai melhorar. Mas vou dizer apenas para ficar bem. Que você está fazendo sua parte ao criar um filho amoroso, responsável, do bem. Mas como podemos protegê-los, não é?
Beijos com carinho.

Celina Dutra 19 de maio de 2011 às 13:59  

Quando haverá neste país política educacional séria que nos permita confiar que um dia (daqui 50, 100 anos, não importa) toda a violência sem possibilidade de controle atual poderá ser objeto de controle?

Estamos todos sem saída!

beijo carinhoso.

Unknown 19 de maio de 2011 às 15:11  

O meu abraço solidário .

Beijo.

orvalho do ceu 19 de maio de 2011 às 15:54  

Olá, querida Macá
A pior dor pra mim é a de perder um filho...
Bjs de paz e ótimo fim de semana mesmo com essa dor dilacerante de todos nós.

She 19 de maio de 2011 às 16:25  

Um absurdo!
Perder um filho deve ser a pior dor do mundo, deve ser não, é.
Beijo, beijo!
She

Lúcia Soares 19 de maio de 2011 às 16:47  

Macá, nem sei o que dizer sobre isso. São barbaridades que acontecem debaixo de nosso olhos, com o vizinho, com amigos, com parentes (Deus me livre!), com qualquer um.
Saimos de casa e não temos garantia nenhuma quanto a segurança, seja por causa do trânsito, ou por causa da violência entre as pessoas.
Se nem em uma escola estamos seguros, valha-nos Deus!
Beijo!

Palavras Vagabundas 19 de maio de 2011 às 17:18  

Assim que vi a notícia lembrei do Ivan, o estranho é ver o nome e ficar contente que não é com o seu e muito triste pelos pais que perderam o filho tão estupidamente.
bjs
Jussara

pensandoemfamilia 19 de maio de 2011 às 19:36  

Realmente é um sufoco, vivemos em pânico com tanta violência e o coração aperta.
O sofrimento desses pais é imaginável.
bjs

Beth/Lilás 19 de maio de 2011 às 21:30  

Oi, Macá!
Também li hoje pela manhã sobre o ocorrido na USP, falei com meu filho e fiquei triste em saber que mais um jovem morre neste país.
É muita insegurança nas grandes cidades e à noite então, não vemos polícia de jeito nenhum.
A USP está sofrendo com o mesmo problema do Fundão aqui no Rio - largada, abandonada pela polícia e poder público.
Que Deus nos livre dessas violências!
um abraço carinhoso

Nilce 20 de maio de 2011 às 03:59  

Oi Macá

Quando ouvi a notícia na TV e li na internet, logo pensei em você.
Lembrei que seu filho está estudando lá e imaginei o seu desespero.
O pior é que este garoto que foi baleado e morto tinha comprado um carro blindado de medo dos assaltos no Campus da USP.
Não temos mais sossego, nem aqui que é o interior do interior, querida. Se eles saem, seja para trabalhar, estudar ou mesmo divertir-se e nós ficamos no desespero.
Até quando?
Força aí minha amiga.

Bjs no coração!

Nilce

C@uros@ 20 de maio de 2011 às 20:07  

A violência nos deixa cada vez mais triste e preocupado com esses crimes bárbaros.


"O verdadeiro amigo é aquele que esta sempre nos ajudando a entender nossos erros e não para resolver nossos problemas."

forte abraço

c@urosa

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