Entre duas verdades

>> terça-feira, 12 de abril de 2011

Há um tempo atrás, uma colega de trabalho, 3 filhos pequenos, resolveu largar tudo para cuidar das crianças.
O marido, médico, ainda tentou persuadí-la a não fazer isso, pois ela trabalhava em regime de 6 horas diárias, mas, ela não quis saber.
Alguns anos depois, meu marido e eu nos encontramos com ele, comentei que ele estava com uma cara não muito boa e então ele nos contou:
O tempo passou, os filhos cresceram, a mulher começou a apresentar insatisfação no casamento, discussões entre eles e com os filhos. Um tempo depois, ela começou a passar muito tempo no computador, ele começou a reclamar, ela dizendo que precisava fazer alguma coisa, ela não ia mais pra cama junto, até que um dia, num lapso, ela deixou o computador ligado e saiu e então ele viu.
Ela tinha descoberto, no outro lado do mundo, o que achou ser a salvação para a sua vida.
Apaixonou-se por um asiático, e com ele passava horas conversando.
O marido, claro, ficou muito bravo, brigaram, mas depois, mais calmo tentou conversar com a esposa, mostrando que ela estava deixando uma vida familiar que tinham conquistado, por uma pessoa a quem conhecia virtualmente, mas ela não queria ouvir.
Se separaram, ela deixou os filhos com o marido, vendeu o carro pra fazer dinheiro, pois o marido já tinha tirado tudo (contas, cartões) e foi ao encontro da felicidade.
Quase um mês depois estava de volta, decepcionada. Não era nada do que tinha imaginado.
O marido sofreu, ela também, os filhos já crescidos foram tomando o curso da vida, mas com moradia fixa na casa do pai.
Ela, eu não soube mais nada.
Ele, o vejo de vez em quando aos finais de semana na praia com a atual mulher.
"ESTÁ CASADA há 23 anos e tem dois filhos adolescentes.

Trabalha como gerente de uma loja, das 10h às 18h. Faz ginástica todos os dias.

O marido é advogado, tem um bom salário. Ele gosta de ficar em casa vendo futebol ou dormindo. Às quintas, sai com os amigos para beber cerveja.

Quando ela completou 40 anos, entrou em crise. Buscou um analista, tomou remédios e encontrou na internet um parque de diversões. Tem milhares de amigos no Orkut, MSN, Facebook.

Passou a dormir muito tarde e, muitas vezes, acorda no meio da noite só para ver se tem recado no FB.

No ano passado, conheceu um americano pelo FB, e o que era um vício divertido virou um drama complicado.

A primeira fase foi de troca de mensagens no FB. Depois, começaram a conversar pelo Skype. Em seguida, ligaram a câmera do Skype.

As conversas ficaram mais românticas. Até que ele disse que precisava encontrá-la e descobrir o que sentem de verdade. Decidiu vir para o Brasil.

Ela disse não.

Ele enviou uma passagem para ela ir para os EUA.

Ela devolveu.

Ele desapareceu por dois meses.

Ela sofreu como nunca sofreu por outro homem.

Mandou inúmeras mensagens, e ele a ignorou.

Ela telefonou e implorou para que ele voltasse.

Ele não quer ser apenas um amante virtual.

Ela está dividida entre a vida com o marido e os filhos e o risco de viver uma paixão com alguém que, até agora, só existe no seu computador.

Não precisa encontrá-lo, pois ele lhe dá tudo o que quer no mundo virtual.

Tem medo de perder o marido, os filhos e tudo o que construiu.

Mas também não quer perder o homem que sabe escutar seus problemas, que valoriza os pequenos detalhes do seu cotidiano, que diz que ela é a mulher mais linda e sexy do mundo. Não quer perder o homem que a faz se sentir tão especial.

Divide o seu mundo em dois: com o marido, mostra o seu pior lado. É intolerante, mal-humorada, insatisfeita.

Com o amante virtual, mostra só o que tem de melhor. É agradável, compreensiva, interessante.

Não consegue responder a uma pergunta que a angustia nos últimos meses: "É possível ter tanta intimidade e amar tão profundamente um homem que nunca encontrei, nunca toquei, nunca beijei?

Qual desses dois mundos é o mais verdadeiro e importante para minha felicidade?"."
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MIRIAN GOLDENBERG, antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é autora de "Por Que Homens e Mulheres Traem?"(Ed. BestBolso)

E você, com qual verdade ficaria?

beijos

14 comentários:

Voando com Borboletas 12 de abril de 2011 às 14:59  

Vim conhecer seu espaço e te convidar para conhecer o meu, será um prazer receber sua visita.
Bjs
Borboleta
voandocomborbolletas.blogspot.com

Alexandra Lopes Da Cunha 12 de abril de 2011 às 15:27  

Hum, pergunta difícil!
Acho que é possível sim se apaixonar por alguém que nunca se viu. Não falo em imagens e fotos, que podem ser manipuladas, mas as pessoas tendem a ser verdadeiras quando escrevem e isso pode ser muito sedutor.
Agora, é verdade também que esse distanciamento dá espaço para a fantasia criar a figura perfeita sem máculas e defeitos e isso, todos sabemos não existe.
Acho que teria cuidado com a fantasia. O desconhecido é mais atraente por ser justamente desconhecido.

Cris Mussi 12 de abril de 2011 às 15:58  

Menina, acabei de ler este texto e fiquei pensando o quanto a fantasia nos leva á ilusões....
Pode tbem ser verdadeiro o que nos oferece o outro lado, mas tudo depende de como está o nosso interior. Ele é que conta..

bjs

Amélia Calixto 12 de abril de 2011 às 16:12  

Bem, eu não acho que esse amor virtual seja amor, amor mesmo é aquilo que resiste às rotinas, a falta de dinheiro... A nossa família é a maior conquista do mundo, e devemos sempre investir nela!!!

Um beijo

Iram Matias 12 de abril de 2011 às 17:05  

Sei lá Macá,
Nossa, nao consigo me imaginar em nenhuma das situacoes. Tenho um Ex- namorado com o qual, até pouco tempo tínhamos um bom relacionamento pelo computador. Falávamos de coisas bobas e ríamos muito. Aí ele veio com a ideia de voltarmos a namorar virtualmente. Gelei ao ouvir isso dele. Cortei contato imediatamente. Nao há nada que vale a pena mexer com a estrutura maraviohosa do meu casamento.

Beijo querida

Astrid Annabelle 12 de abril de 2011 às 18:59  

Macá..não serei eu a lhe dar uma resposta. Depende de muitos fatores e não se pode generalizar. Cada caso é um caso. Os relacionamentos virtuais correm um risco de ser uma ilusão...penso eu. Não sei.
Agora se a pessoa é casada deveria em primeiro lugar tentar discutir a relação e se definir, não acha?
Um beijo com saudades.
Astrid Annabelle

Socorro Melo 13 de abril de 2011 às 13:30  

Oi, Macá!

São histórias de pessoas mal resolvidas. Eu,particularmente, não ficaria com nenhuma das duas, não gosto de ficar em cima do muro, ou partir para algo incerto, fantasioso. Optaria por resolver minha vida real e vê no que dava, depois disso, tomaria minha decisão.

Beijos
Socorro Melo

pensandoemfamilia 13 de abril de 2011 às 17:41  

Sabe o que eu penso Maca, o amor está dentro de nós e no espaço virtual a pessoa pode idealizar e alimentar o que tem dentro de si mesmo, portanto o encontro pode dar certooooo , fazer crescer o amor com a real intimidade e pode não dar certo, ser apenas idealização. Na vida real não é muito diferente, no momento da conquista mostramos o nosso melho , só depois com a intimidade é que se dá para saber se se crescer no amor ou nas mágoas.
Portanto, o risco sempre é lançado , mas se um terceiro elemento entrou na relação é porque algo vai mal....

Obs. Hoje é dia da Série Perdas, com a Maria Emília, passe por lá.
bjs

Calma que estou com pressa! 15 de abril de 2011 às 14:06  

oi macá - dois fatos diferentes e com o mesmo tem - infelicidade, fuga ... eu acho que paixão é possível , mas paixão acaba tão rápido , o que prevalece é o amor e este é dificil , tem que ser todos os dias, ter paciência, conversas, amizade, intimidades, risadas, companheirismo..
é a net cda vez masi próxima de tudo
bj
lu

Lúcia Soares 15 de abril de 2011 às 19:25  

Macá, sou absolutamene convencional. Nunca me atiraria numa aventura. Não sei mentir, cedo descobririam minha "vida dupla".
Nem pensar!
Ficaria com meu casamento, se valesse a pena. Se não, acabaria com o casamento, mas não iria atrás de ninguém. Ele que viesse e me convencesse! rsrs
Beijo!

She 16 de abril de 2011 às 23:40  

Ei querida! Adorei te conhecer pessoalmente, pena que no sábado não deu pra ir... Beijo, beijoooo!

Teredecorando 17 de abril de 2011 às 21:13  

Passei para conhecer seu espaço e para dizer que foi ótimo te conhecer.
Já estou por aqui.
Fiz uma postagem rapidinha do nosso encontro, pois cheguei cansada da viagem.
Bjs mil

Debora Rocha 21 de abril de 2011 às 20:53  

Olá muito prazer, meu nome é Debora sou uma mulher mal resolvida com a vida, porém amo viver, tenho dois filhos maravilhosos aos quais me apego para sobreviver, ambos frutos de um grande amor (que hoje descobri que foi somente meu)um casamento que durou 11 anos, mulher mal amada, as vezes feliz outras infeliz, mas que mantém uma esperança e uma fé muito grande em Deus.
O que tenho a dizer hoje seria não sei mais onde começa e termina a realidade e o virtual... O que é mais real a vida real ou a virtual ue nos completa e nos transporta para um mundo ao qual onde o imaginário se torna realidade... e a realidade passa a ser um pesadelo... nos perdemos e não sabemos mais onde esta a verdadeira e real vida! Será que consegue me entender?

Beijos,

Debora Rocha
debora-rocha.blogspot.com
debora_rocha3005@hotmail.com

Debora Rocha 21 de abril de 2011 às 20:53  

Olá muito prazer, meu nome é Debora sou uma mulher mal resolvida com a vida, porém amo viver, tenho dois filhos maravilhosos aos quais me apego para sobreviver, ambos frutos de um grande amor (que hoje descobri que foi somente meu)um casamento que durou 11 anos, mulher mal amada, as vezes feliz outras infeliz, mas que mantém uma esperança e uma fé muito grande em Deus.
O que tenho a dizer hoje seria não sei mais onde começa e termina a realidade e o virtual... O que é mais real a vida real ou a virtual ue nos completa e nos transporta para um mundo ao qual onde o imaginário se torna realidade... e a realidade passa a ser um pesadelo... nos perdemos e não sabemos mais onde esta a verdadeira e real vida! Será que consegue me entender?

Beijos,

Debora Rocha
debora-rocha.blogspot.co

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