Conto - Um dia qualquer

>> sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ela acordou e olhou o relógio. Ainda tinha uns 10 minutos pra ficar fazendo uma preguiça.

Assim que virou de lado para mais uma cochilada o telefone tocou. Era a secretária de uma empresa, pedindo para adiantar em 1 hora a reunião marcada. Ok, tudo bem disse ela já dando adeus ao cochilo.
 Puxa vida, era a 2ª vez que mudavam o dia e agora o horário. Levantou rápido para o banho e depois foi até a cozinha para tomar o café, que ainda não estava pronto. Esperou cinco minutos enquanto folheava o jornal, engoliu o café, pediu um favor à empregada, que resmungou e foi.

Ao sair, bateu o dedinho na porta. Xingou pela dor que sentiu, nem pensou em pegar o carro porque, com o trânsito, talvez demorasse mais e foi até o metrô.

Ao chegar lá viu que estava sem o bilhete e teve que entrar na fila, que até que andava rápida; quer dizer, até a pessoa da sua frente não achar o dinheiro e quando achou ficou contando as moedinhas. O dia não estava muito bom, pensou.

Desceu às escadas para tomar o trem e se deparou com muita gente aguardando. Ouviu então pelo alto-falante a informação de que o trem estava atrasado, para retirada de objeto nos trilhos. As pessoas continuavam a chegar e.... nada. Quando chegou, aquela confusão, claro. As pessoas queriam sair e as que estavam aguardando, queriam entrar. E como nessas horas a educação não conta, as pessoas saíam pelas duas portas. Não adiantou, teve que esperar pelo próximo.

Desceu na sua estação e saiu em direção à empresa a umas quatro quadras dali. Na primeira esquina já ia atravessar quando o semáforo fechou e ela teve que voltar para a calçada. Parou e percebeu que tinha uma pessoa lhe oferecendo um jornal.

Pensou em não pegar, mas daí lembrou que ainda 1 minuto até poder atravessar e pegou.

Ao pegar, olhou para o homem que lhe tinha dado. Bonito.
Não.....não era bonito, era lindo. Ele lhe sorriu, e perguntou:


- Parlê vous francês?


Cadê o meu francês? É claro que falo, não muito, mas conheço um pouco.... Mas nada, não conseguia se lembrar de uma palavra.
- No, quer dizer, não.


Ele então lhe indicou no jornal que era diretor da escola de línguas anunciada na propaganda.


- Ah! Ok (burra, ok, não, Oui, não é isso que eu tinha que dizer?)


Ela decide se afastar rápido e ele então lhe dá um cartão, indica seu telefone e chegando bem perto lhe diz:


- J'ai vraiment vous avez aimé. Peut-on voir?


Ela sorri encabulada e responde:


-  Qui sait?


E ele sorrindo responde: Je vais attendre.


Ela saiu dali sorrindo, fazendo planos, andou mais uma quadra, na esquina passou em frente a uma loja de lingerie e viu um conjunto lindo na vitrine. Ficou na dúvida se entrava, tinha a reunião, ah! Ia ser rápido. Sem pensar, entrou, experimentou, amou e comprou.

É, aquela noite ia ser boa demais. Seu marido ia gostar.


Encontrou uma lixeira, jogou o jornal e o cartão e foi para a reunião.

Tinha certeza que eles iriam assinar o contrato.

(as duas fotos são da internet, sendo que a segunda é da empresa Fruit de la Passion)

beijos e
bom final de semana a todos


5 comentários:

Nilce 5 de fevereiro de 2011 às 01:30  

Oi Macá

Você, seus contos e os finais surpreendentes.
Amei!

Excelente final de semana.

Bjs no coração!

Nilce

Lúcia Soares 5 de fevereiro de 2011 às 17:15  

Você, heim, Macá!?
Desta vez não vou pensar que a moça em questão seja você.
Ousada!
rsrsr
Beijos!

Iram Matias 7 de fevereiro de 2011 às 20:28  

Eu sempre fico torcendo por um outro final e no final,me surpreendo com o final.
Eita, Macá!
Adorei!

Beijos

Luma Rosa 8 de fevereiro de 2011 às 00:17  

Nada como uma massagem no eco para elevar a auto estima!! (rs*) Como todos me surpreendi com o final! Beijus,

Isabela Kastrup 8 de fevereiro de 2011 às 15:40  

Hum, adooooro contos deste tipo.
Quanto tempo, querida! Muito bom passar por aqui novamente. Bjs 1000
Isa

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